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Setor moveleiro de Minas Gerais projeta avançar até 20% em 2024

Revisado Natalia Concentino - 05 de Dezembro 2024
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Imagem: Freepik

A indústria de móveis em Minas Gerais apresenta sinais de recuperação. Com desempenho positivo nos últimos meses, impulsionado especialmente por datas sazonais, o setor espera encerrar 2024 com crescimento entre 15% e 20% na comparação com 2023.

 

De acordo com o novo presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e de Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais (Sindimov MG), Mauricio de Souza Lima, os avanços só foram possíveis devido a uma série de fatores, como a evolução da construção civil, além do aumento da confiança do consumidor, que em novembro atingiu o maior nível desde abril de 2014, segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Segundo Lima, a importância do bom desempenho do setor vai além do benefício para a categoria, possuindo uma parcela significativa no Produto Interno Bruto (PIB) de diversas cidades mineiras. “Apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foram contabilizadas mais de 3 mil indústrias, sendo 90% compostas por micro e pequenos empresários”, pontua.

 

No interior mineiro, municípios como Turmalina e Carmo do Cajuru se destacam como potenciais produtores brasileiros de móveis rústicos. Seguindo a mesma tendência, a cidade de Passos, no Sul de Minas, já atingiu a marca de 500 empresas moveleiras instaladas, viabilizando centenas de empregos formais.

 

Inflação, matéria-prima e falta de mão de obra qualificada ainda pressionam

 

Embora tenha apresentado resultados positivos ao longo do ano, os próximos meses estão cercados por incertezas, muito em razão das perspectivas econômicas em um cenário de alta inflacionária. A expectativa, segundo Lima, é de um mercado focado em produção nas primeiras semanas de 2025, com tendência de aumento nas vendas após o Carnaval.

 

“Precisamos primeiro driblar a inflação, já que muitas vezes é inviável repassar custos para o consumidor”, pontua.

 

Com a alta do dólar, o mercado passa um por um período de escassez e alta no preço da matéria-prima, como o MDF. Com os produtores optando pela exportação em detrimento da comercialização interna, os últimos anos foram marcados por sequências de altas nos preços dos insumos.

 

Desde 2023, Lima estima que itens como chapas de MDF, MDP e serragens aumentaram em média 15%. Já a produção de vidro pesou cerca de 20% a mais no bolso dos empreendedores da indústria de móveis em Minas Gerais.

 

Outro desafio mencionado passa pela contratação de mão de obra qualificada. Com a ausência de profissionais disponíveis no mercado, o Sindimov-MG, em parceria com outras entidades, trabalha com a formação de profissionais, especialmente para a indústria.

 

O setor, que hoje dispõe de equipamentos modernos e novos maquinários, busca desmistificar uma visão estereotipada da indústria para atrair principalmente o público jovem. “Hoje notamos que o jovem não vê atrativos em trabalhar nas indústrias, que hoje são altamente tecnológicas e programáveis para produção em série. Queremos apresentar este outro lado para ampliar oportunidades e absorver a mão de obra que está em formação”, argumenta Lima.

 

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Além do cenário nacional, a informalidade na categoria é uma questão que gera preocupação. Atualmente, o mercado é marcado por um elevado número de profissionais que atuam de maneira informal, atuando sem encargos e deixando de pagar impostos.

 

A ausência de encargos, segundo Lima, segue comprometendo a competitividade do setor, uma vez que muitas empresas acabam enfrentando dificuldades para competir com os custos mais baixos associados a práticas não regulamentadas. “Quem tem empregados formais e atua de acordo com todas as normas, possui um custo mais alto”, acrescenta.

 

Criação de certificado ambiental está entre prioridades da nova gestão

 

Eleito presidente do Sindimov MG para o triênio 2025-2027, Mauricio de Souza Lima assume o compromisso de fortalecer o setor, impulsionando a inovação e o crescimento das indústrias associadas.

 

Um dos temas centrais da próxima gestão está a aproximação da categoria às normas e exigências sustentáveis a partir da criação de um certificado ambiental. “Vamos auxiliar empresas para que elas se adequem às exigências ambientais. Nosso pensamento é trabalhar nos anos seguintes para conseguir essa certificação para todo o setor.”, afirma.

 

Com relação ao novo cargo, Lima destaca que nos próximos três anos também destinará esforços para importantes requisições da indústria de móveis em Minas Gerais, como a criação de mão de obra qualificada e ampliação da realização de feiras locais do segmento. “Eu tenho muita disposição para trabalhar e vontade de fazer coisas melhores para o setor. Quero trazer ainda visibilidade, especialmente para a juventude, para que eles possam se interessar pela indústria moveleira, e buscar mais novidades que sejam benéficas para o mercado”, finaliza.

 

Fonte: diariodocomercio.com.br 

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