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Sucessão: desafios das novas gerações de empresas familiares

Revisado Natalia Concentino - 03 de Dezembro 2023

Mais de 90% das empresas brasileiras têm gestão familiar, segundo dados do IBGE

 

E, num mercado em constante transformação que exige que as companhias se adaptem aos novos tempos, o processo de sucessão pode ser bastante desafiador. 

 

O Bradesco Global Private Bank reuniu em São Paulo, durante o New Gen Connection Experience – evento destinado às novas gerações de investidores, empresários e empreendedores do Brasil –, um line-up de profissionais de diversas áreas, para compartilhar histórias inspiradoras e dividir os desafios e oportunidades de se passar por um processo sucessório em uma empresa familiar. 

 

“Desenhamos um plano sucessório para que as novas gerações assumam os negócios familiares e os mantenham saudáveis financeiramente. Para isso, é preciso pensar nas demandas atuais do mercado, ter visão de futuro para curto e longo prazo e saber como adaptar a empresa para o novo momento,” disse Guto Miranda, o head do Bradesco Global Private Bank. 

 

“Com uma equipe wealth planners altamente qualificados, apoiamos nossos clientes no desenvolvimento desse planejamento, com o intuito de manter e multiplicar o patrimônio construído ao longo das gerações.” 

 

A inovação, o planejamento e a criação de um propósito podem contribuir para a longevidade das empresas familiares, quando uma nova geração assume as rédeas do negócio. 

 

Confira alguns destaques do evento e três tendências que têm regido este universo. 

 

Ter um propósito 

 

Cada era é marcada por um Zeitgeist, traduzindo do alemão “espírito do tempo”. Atualmente, uma das ideias mais debatidas na esfera pública é o propósito no trabalho. 

 

Diferente de gerações anteriores, os novos profissionais querem mais do que um trabalho que gere renda e atenda às suas necessidades. Hoje, a busca é por uma atividade que esteja atrelada às paixões de cada um. 

 

“Encontrar um emprego alinhado com os valores pessoais é um desafio comum. A economia da paixão é vista como uma forma de gerar riqueza, fazendo o que se ama e vivendo com toda a liberdade que precisa. Inove e lucre com aquilo que você mais gosta de fazer,” disse Andrea Bisker, fundadora e CEO da Spark:off, durante o New Gen Connection Experience. 

 

A mesma visão foi compartilhada por Marcelo Pimenta, professor e escritor do livro Economia da Paixão, que destacou que as formas de gerar riqueza evoluem ao longo do tempo e que, na atual era, é imprescindível que os jovens despertem para seus talentos e paixões, colocando-os a serviço da sociedade. “É preciso dar destaque para a atual economia e focar no seu propósito de vida,” finalizou. 

 

Causar impacto social 

 

Em um momento em que se fala muito sobre as disparidades econômicas e sociais, ter um negócio que gera impacto se torna um ingrediente essencial para a prosperidade.

 

Nesse sentido, encontrar um propósito que possa ser aplicado ao ambiente de negócio familiar pode ajudar a definir o papel que uma empresa pode ter na comunidade em que está inserida. 

 

Nina Silva, CEO e fundadora do Black Money, e David Hertz, CEO e cofundador da Gastromotiva, compartilharam, por meio de suas experiências, como o mundo dos negócios pode investir para modificar vidas e criar uma realidade mais acolhedora e inclusiva. 

 

“Tenho o prazer de compartilhar que meu trabalho se concentra em abraçar jovens que, assim como eu, cresceram em circunstâncias desafiadoras. Quero mostrar que eles são capazes de transformar o mundo, alcançar novos horizontes e escrever uma nova história,” disse Nina. 

 

Sobre sua trajetória e seu impacto, Hertz afirmou: “Meu empreendimento começou quando resolvi me aventurar em uma comunidade motivado pela paixão pela gastronomia e desejo de ajudar o próximo. Assim, consegui fornecer mais de 4 milhões de refeições para quem mais precisa. Hoje, com a Gastromotiva, continuo a abraçar e transformar a vida dessas pessoas.” 

 

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Usufruir da inteligência artificial 

 

Durante muito tempo, imagens de robôs e sistemas comandados por voz ficavam restritas aos livros e filmes de ficção científica. No entanto, nos últimos anos, os avanços tecnológicos conquistaram lugar cativo na rotina da grande maioria. Hoje, a inteligência artificial está nos aparelhos celulares que carregamos no bolso, em veículos e até mesmo na medicina. 

 

Se a tecnologia é onipresente e evolui a passos largos, ficar de fora dela não é mais uma opção, inclusive para os negócios familiares, conforme apontam Ronaldo Lemos, advogado e membro do conselho de segurança do Spotify, e Ricardo Cavallini, CEO da Makers e professor na Singularity University, durante o evento do Bradesco Global Private Bank. 

 

Como ressaltado por Cavallini, a IA vai impactar segmentos nas mais diferentes indústrias, o que exige de todos, e principalmente daqueles que estão à frente de empresas, um aprendizado contínuo sobre a tecnologia. 

 

“A educação precisa ser permanente. Não basta fazer um curso uma vez por ano por alguns dias. É preciso planejamento para que esse aprendizado seja embutido na rotina,” explicou. Levar o conhecimento e inovação para o processo sucessório em uma empresa familiar pode fazer a diferença para que ela continue ativa por muitas e muitas gerações. 

 

Na mesma linha, Lemos disse haver muita preocupação em torno dos empregos que podem ser extintos com a evolução da tecnologia. “Não vamos perder o emprego para a IA diretamente, mas precisamos aprender a usá-la a nosso favor,” frisou o advogado. 

 

Nesse sentido, ele destacou que uma das habilidades essenciais para o uso da IA é a comunicação. “A chegada da IA generativa é um problema de natureza de linguagem. É uma linguagem nova, muito recente. Vamos precisar, cada vez mais, aprender a nos comunicar entre nós e depois com a IA,” pontuou. 

 

O New Gen é um evento anual, criado pelo Bradesco Global Private Bank para se relacionar com as futuras gerações de clientes. Com mais de 300 pessoas na plateia, aconteceu no dia 26 de outubro, no Rosewood, em São Paulo.

 

Fonte: www.braziljournal.com 

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