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Dow investe em poliol reciclado na Europa, enquanto no Brasil...

Por Natalia Concentino - 25 de Setembro 2021

Se a Dow demonstra preocupação em contribuir com a meta de redução de resíduos da Europa, não se tem notícias de igual preocupação em relação ao Brasil

Colchões antigos feitos de espuma de poliuretano serão agora recuperados, desmontados e reciclados quimicamente para criar um poliol, um material fundamental para a produção de poliuretano. Este poliol RENUVA é projetado para várias aplicações, incluindo colchões. A inauguração, que ocorreu quarta-feira, 22, é um grande passo para a recuperação e reciclagem de espuma de poliuretano e um avanço significativo para fechar o ciclo de colchões em fim de vida. Em capacidade total, a fábrica processará até 200.000 colchões por ano para lidar com o crescente problema de resíduos de colchões.

“Estamos imensamente orgulhosos de ter revelado esta planta. Ao fazer isso, estamos respondendo à pergunta sobre o que pode ser feito com espuma de poliuretano reciclado. É parte do forte compromisso da Dow em fornecer soluções que ajudem a fechar o ciclo e proteger nosso meio ambiente”, comentou Marie Buy, Líder de Sustentabilidade EMEAI, Dow Poliuretanos, “À medida que RENUVA™ muda o foco para a fase de produção e a primeira espuma é feita com o novo poliol, nossa jornada de sustentabilidade Dow Polyurethane continua. Estamos explorando ativamente as possibilidades futuras de material reciclado e aplicações potenciais. É realmente um novo começo”.

A planta de reciclagem de colchões RENUVA™ é o resultado de uma forte colaboração entre a Dow e os principais participantes do ciclo de vida do colchão Orrion Chemicals Orgaform, Eco-Mobilier, H&S Anlagentechnik e o fabricante de espuma The Vita Group.

“Temos um compromisso de longa data em criar soluções mais sustentáveis ​​e há muito tempo reconhecemos a necessidade de a indústria fazer parte da solução”, comentou Christian Siest, presidente da Orrion Chemicals Orgaform. “Nossa fábrica usa um processo de reciclagem química no qual a espuma de poliuretano é decomposta e convertida em um único produto novo. A grande vantagem disso é a versatilidade; podemos processar espuma de qualquer colchão e a própria receita de poliol RENUVA™ pode ser adaptada para diferentes aplicações”.

“A nossa ambição é garantir a qualidade dos materiais recolhidos e entregues à RENUVA para cumprirmos a promessa de um ciclo fechado”, afirmou Dominique Mignon, Presidente da Eco-Mobilier.

Conforme anunciado anteriormente, o fornecedor de soluções de espuma de poliuretano flexível, The Vita Group, usará o poliol RENUVA™ para criar sua premiada espuma flexível Orbis, oferecendo uma oferta mais sustentável para o mercado de colchões e camas.

leia: E OS PROBLEMAS SÓ AUMENTAM

“As atitudes dos consumidores mudaram significativamente e as pessoas estão se tornando muito mais focadas em fazer escolhas sustentáveis. Já vimos um grande interesse de clientes em toda a Europa pela espuma Orbis e interesse na tecnologia RENUVA™, proporcionando excelentes oportunidades para nossas linhas de produtos”, comentou Mark Lewis, Diretor de Operações e Projetos do The Vita Group. “Por mais de 50 anos, Vita tem acabamento de espuma pré-consumidor reciclado ou recolado em material adequado para uma variedade de produtos, como bases para pisos. Nossa colaboração com a Dow nos permite levar nossa visão de sustentabilidade para o próximo nível e estamos extremamente orgulhosos e entusiasmados em fazer nossa parte para levar adiante essa inovação revolucionária”.

De acordo com a Dow Poliuretanos, a cada ano cerca de 30 milhões de colchões são jogados fora na Europa. Se estivessem todos empilhados, a pilha teria 678 vezes a altura do Monte Everest (assumindo uma altura média do colchão de 20 cm - a altura do Monte Everest é de 8.848 m). Esta nova iniciativa ajudará a permitir uma economia mais circular para poliuretanos, garantindo que as aplicações em que são usados ​​possam ser reciclados, e pode ajudar a UE a alcançar sua meta de ter 65% dos resíduos urbanos reciclados até 2030, disse a empresa.

Enquanto isso para o Brasil...

Se a Dow Poliuretanos demonstra enorme preocupação em contribuir com a meta de redução de resíduos da Europa, não se tem notícias de igual preocupação em relação ao Brasil.

É sempre bom refrescar a memória das pessoas, lembrando que o País já teve uma unidade de TDI, inaugurada em 1979 e incorporada à Dow em 1998. Em abril de 2012 a fábrica de tolueno diisocianato (TDI) que funcionava no Polo Petroquímico de Camaçari, região metropolitana de Salvador, foi fechada. Qual foi a justificativa? "A planta não tem sido lucrativa nos últimos anos e os investimentos adicionais requeridos tornariam a operação economicamente inviável. Finalmente, durante o período necessário para a implementação de novos investimentos, a operação da planta teria um nível de risco indesejado e elevado". Parece que a Dow, com 15 fábricas do Brasil, tinha preocupação com o risco que a fábrica de TDI representava. E todos que dependiam de TDI para produção de espumas de poliuretano passaram a depender das importações, inclusive a maior parte da própria Dow.

Por Ari Bruno Lorandi

Diretor da Móveis de Valor

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