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Tendências do iSaloni 2024, por Miron Soares

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Começou nesta terça a 62ª edição do Salone del Mobile.Milano e o designer Miron Soares, que frequentemente vai a Milão acompanhar o iSaloni, fez o resumo do que viu no primeiro dia do evento, que é considerado um dos mais importantes lançadores de tendências do mundo. 

 

“Hoje dediquei o dia aos móveis para sala de estar. Percebi que as formas orgânicas estão mais evidentes e há também uma viagem aos anos 1970, com releituras de produtos desta época, especialmente entre 1965 e 1975. Esse passeio retrô revisita os ícones e a estética mais singulares do período.

 

 

As formas variam entre os arredondados, geométricos, retangulares, com modulações formando desenhos e proporções inusitadas e extravagantes. 

 

Também percebi a mistura de formas redondas com linhas poligonais, criando uma estética geométrica, onde as linhas curvas se fundem com as linhas retas. 

 

 

Em geral os estofados têm formas robustas, pesadas e com assentos inteiros até o chão. Quando possuem pés altos, estes são robustos, grossos e alinhados em diagonal, construídos em grossas chapas de metal, dando a sensação de pilares de resistência e sustentação. 

 

As modulações estão ainda mais presentes nos estofados para livings, lineares ou com canto em L. O que significa que o conceito de flexibilidade, personalização e liberdade de escolha segue sendo aplicado nos estofados para este ambiente da casa. 

 

As formas assimétricas se sobrepõem às simétricas, não apenas nos sofás, mas também nas mesas de centro, aparadores, armários, estantes e até nos tapetes. 

 

Essa irregularidade proposital cria novas possibilidades, novas visões e novas estéticas, levando os projetos de produtos a um nível mais artístico, intelectual e mais instigante. Em alguns casos há uma linha tênue entre arte e design, produtos com status de escultura, ajudando no posicionamento de marketing e exaltando o DNA das marcas.

 

 

O uso de madeira maciça segue forte no design de produtos, como elemento que caracteriza nobreza, qualidade e diferenciação. Com ajuda da tecnologia computadorizada, as peças podem ser extremamente elaboradas, garantindo móveis como cadeiras, poltronas e mesas de jantar, muito sofisticados.

 

 

Outro ponto que destaco é que a moda segue influenciando o design e vice-versa. Um exemplo é o conceito do look total, na mesma cor ou padronagem, que está ‘vestindo’ também os estofados, poltronas e cadeira ‘dos pés à cabeça’. 

 

O uso do metal como acessório não é novo no mobiliário, mas continua forte e fazendo aparições em quase todos os produtos, quase ‘brigando’ com a madeira, em uma disputa por um lugar de destaque.

 

Outras formas interessantes que vi por aqui são os gomos e os tubulares, que aparecem em sofás, cadeiras e mesas, além de pés cilíndricos e formas geométricas poligonais assimétricas que se encaixam, usadas em tampos e pés de mesa.

 

 

O conforto e o despojamento também seguem firme, em particular nos estofados com encostos e braços como grandes almofadas ou pillows. 

 

Já os revestimentos continuam apresentando texturas evidentes e macros, tecidos rústicos, como se fossem tweeds, inspirados na alta costura, especialmente nos padrões e texturas da marca Chanel. Mas tem também os macro-panamás, com mistura de fios multicoloridos, formando mescla em várias nuances de cores. Os bouclês também continuam presentes em quase todas as coleções. 

 

 

Mas a cartela de cores está mais ampla do que nunca, com predominância dos tons naturais, dos mais claros aos mais escuros. Os crus, off white e bege claro são unânimes, seguidos dos tons médios, como bege castanha, camelo, rosa coral claro, verde malva, tons amarelados como ocre, coral escuro, laranja queimado, caramelo, verde pedra, cinza médio, azul petróleo, terra, vinho ou berinjela. 

 

 

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Já as estampas aparecem apenas em marcas ícones, como Dolce & Gabbana ou Roche Bobois. Assim como o veludo cotelê, que está em coleções bem pontuais. Já as listras ficam restritas às peças outdoor

 

Algumas marcas apostam no jacquard com desenhos em relevo e tramas que formam figuras geométricas orgânicas.     

 

O uso do mármore em diversos padrões é uma das tendências mais importantes e, embora já tivesse em anos anteriores, agora está em peças como mesas de centro acopladas em sofás, puffs e até em braços de sofás. Além de nobreza, o uso do mármore está em sintonia com a pegada retrô citada no início deste texto, já que foram muito usados nas décadas de 1970 e 1980. 

 

 

O vidro também veio direto do túnel do tempo e seu uso está ganhando força novamente, mas de forma repaginada, com vidros em colorido vibrante, cores escuras, liso e texturizados. 

 

Por fim, Milão continua vibrante e com grande potencial inspiracional”.

 

Amanhã voltamos com mais novidades, direto do centro mundial da moda e do design. 

 

 

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