Varejo digital deve bater recorde de vendas na Black Friday
De acordo com uma projeção feita pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a expectativa é de que as vendas online atinjam 18,7% em novembro, o que estabeleceria um recorde durante a Black Friday. Porém, o consumidor deve gastar menos neste ano.
Com o e-commerce caindo de vez no gosto dos brasileiros desde o ano passado, a ABComm acredita que as vendas nessa Black Friday devem ser muito boas, mesmo com a inflação e a diminuição do poder aquisitivo de parte da população.
O otimismo se deve muito aos resultados já obtidos no comércio eletrônico agora em 2021. As vendas online estão correspondendo a pouco mais de 11% do total no varejo brasileiro. Já na edição de 2020 da Black Friday, os números mostraram crescimento, quando as vendas chegaram a 14,4%. Logicamente, as restrições impostas ao comércio e a segunda onda da covid-19 influenciaram muito nesses números na época.
"A Black Friday 2021 será melhor que a do ano passado porque temos um número maior de lojas disponíveis para a venda online e também uma entrada de consumidores que com a pandemia não tinham como consumir no comércio tradicional, partiram para a internet e tiveram uma boa experiência, e até obrigatória", afirmou Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm, ao G1.
A associação estima que mais de 20 milhões de consumidores realizaram pela primeira vez uma compra pela internet após a pandemia e que mais de 160 mil lojas virtuais foram criadas desde 2020 no país.
Em meio à inflação nas alturas, dólar acima de R$ 5,50 e desemprego ainda elevado, a avaliação é que o brasileiro irá gastar menos neste ano na Black Friday. A associação projeta um valor médio de R$ 620 por brasileiro, abaixo do tíquete médio de R$ 668,70 de 2020. Porém, a entidade acredita que haja um crescimento de 25% no faturamento do e-commerce durante a edição deste ano.
Também em entrevista ao G1, o vice-presidente da ABComm declara que acredita que a taxa de crescimento do comércio eletrônico em 2021 atinja 18,5%, abaixo do que havia sido projetado no começo do ano, que era de 34%.
"Houve uma reversão de expectativa. A estimativa no início do ano era mais otimista", explica Bandeira, citando os impactos da alta do dólar e da gasolina nos custos do frete, no planejamento dos estoques e nas vendas do setor. "A questão dos combustíveis vem impactando o frete e a logística é ainda algo que encarece demais os custos de uma loja e que freia a expansão do setor".
Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base nos dados da Receita Federal sobre notas fiscais eletrônicas, aponta que o faturamento real do e-commerce avançou 47% no 1º semestre na comparação anual. A entidade avalia, porém, que o crescimento irá desacelerar para uma taxa mais próxima de 30% no 2º semestre.
"As barreiras ao consumo presencial estão sendo retiradas gradativamente e isso tira um pouco do ritmo do varejo online. Mas também não podemos ignorar o fato que em um ambiente de inflação com taxa de 10% e juros em elevação, a tendência é o varejo online ter uma dificuldade um pouco maior de sustentar o ritmo que tinha até então", afirma o economista da CNC, Fabio Bentes.
Abaixo estão as 10 categorias com maior intenção de compra na Black Friday, segundo pesquisa Google/Ipsos:
Vestuário (62%)
Celulares (40%)
Livros e Papelaria (38%)
Calçados (33%)
Cuidado pessoal (27%)
Computadores (26%)
Comidas (23%)
Móveis (19%)
Eletroportáteis (17%)
TVs (16%)
(Com informações G1)
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