Varejo volta a crescer
Os primeiros meses deste ano mostram um cenário mais positivo para o comércio, após dois anos consecutivos de retração. Grandes empresas que dependem dos gastos do consumidor apresentaram aumento de receita e de lucro de janeiro a março.
Um grupo de nove companhias de capital aberto, entre elas, duas gigantes do setor de móveis e eletros – Via Varejo e Magazine Luiza – teve aumento de 14,8% na receita líquida no primeiro trimestre do ano, em relação a igual período de 2016, alcançando R$ 25,76 bilhões. O lucro líquido pulou de R$ 78,8 milhões para R$ 595 milhões (o lucro líquido dos controladores subiu 175% para R$ 506,1 milhões, segundo levantamento do Valor Data.
As outras sete companhias são: Grupo Pão de Açúcar, Raias Drogasil, Lojas Renner, Hering, Restoque, Multiplan e Profarma.
“Os números de 2017 não refletem mais aquela catástrofe de 2016. Começamos a ver reação em vestuário e material de construção, por exemplo. Também há sinais mais positivos em eletroeletrônicos”, disse Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio - CNC.
Analistas de bancos observam que a liberação do saldo das contas inativas do FGTS tem impactado positivamente as vendas. Entre os dias 10 de março e 3 de maio, a Caixa Econômica Federal registrou pagamento de mais de R$ 16,6 bilhões relativos às contas inativas do FGTS. E a partir desta sexta-feira, segundo a CEF, mais de 7,6 milhões de pessoas terão direito a sacar mais de R$ 10,8 bilhões.
A analista do Citi, Paola Mello, que conversou com gerências de grandes varejistas, relatou que depois de um duro início de ano (janeiro e fevereiro), março foi um grande ponto de inflexão no crescimento da receita. “Abril parece estar seguindo o mesmo caminho, o que nos faz acreditar que a recuperação do consumo doméstico no Brasil agora tem um impulso real”, escreveu ela, em uma relatório.
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