Via Varejo defende formas "bem menos apelativas" para vender
Dona de Casas Bahia e Ponto Frio, a Via Varejo disse que está retomando o plano de abertura de lojas e avalia compra de pontos, mas não aquisição de empresas, disse nesta tarde, o comando em teleconferência com analistas.
“Estamos reativando o plano de expansão, focados nessas diretrizes que seguimos, de lojas que tem importância no ‘last mile’ [chamada última milha, com pontos que ajudam na entrega final] e no retira em loja. Já avaliamos nossa praça de lojas e temos que fazer um complemento em locais que faltam pontos com esse perfil. E hoje estão sobrando pontos. Mas não temos nenhuma aquisição de negócio sendo tratada”, disse o presidente Roberto Fulcherberguer.
A empresa tinha R$ 4,7 bilhões em caixa e equivalente de caixa em junho de 2020, bem acima dos R$ 238 milhões de um ano atrás, após recente emissão de ações de quase R$ 4,5 bilhão.
O executivo fez críticas duras às empresas que tem usado “cash back”, a política de descontos em forma de recursos que ficam na carteira digital do cliente. Ele não mencionou nomes, mas B2W dá cash back há anos e Magazine Luiza começou no mês passado.
“‘Cash back’ é o novo jeito de rasgar dinheiro e dar desconto. Não pensamos nisso, não está no nosso radar, e se tivéssemos que dar, nós até poderíamos, temos margem para isso. Só que achamos que há outras formas menos apelativas [de atrair tráfego e venda] e temos mostrado isso. Queremos crescer com rentabilidade”, disse ele.
Na teleconferência, a Via Varejo informou que o número de usuários ativos no on-line passou de 1,5 milhão no segundo trimestre de 2019 para 15 milhões agora.
Informou ganho médio de 1 milhão de usuários ativos mensais de um ano para cá, e 7 milhões no último trimestre.
Fulcherberguer disse ainda que a empresa está com estoque equilibrado, e que a empresa aproveitou para reforçar certas compras de clientes que não fecharam suas aquisições de produtos das indústrias.
O número de estoque, em dias de vendas, subiu: foi a 124 dias no segundo trimestre, versus 101 um ano antes. O diretor financeiro, Orivaldo Padilha falou em “compra do excedente” de outros clientes.
Sobre capacidade de entrega da empresa para consumidores, o presidente repetiu a analistas e acionistas investimentos em logística e tecnologia que tem sido feito. “A barreira que existia para crescermos, se era tecnológica, agora não existe mais, porque temos dado saltos, acelerando investimentos [...]. O consumidor que sempre esteve pronto para comprar e nos conhecia, agora vem, conhece, compra e fica. Se antes a gente precisava voltar a fazer varejo, agora a gente já faz varejo e estamos com estrutura pronta para ir além”, afirmou.
Em junho de 2019 o controle da empresa foi vendido do GPA para um “pool” de fundos liderado pela XP e pelo empresário Michael Klein.
Dentro desses planos de distribuição e logística, a Via Varejo relatou hoje que quer ter mini centros de distribuição em 500 lojas até fim do ano. Hoje são cerca de 380 “mini hubs” para um total de mil lojas. Via Varejo tem cerca de 440 mil investidores pessoa física.
(Com conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor)
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