Via Varejo e Cnova integram suas operações
Na última segunda-feira (8), Via Varejo e Cnova anunciaram acordo para combinação de seus negócios no Brasil, em uma operação que deve gerar milhões de reais em economias de custos logísticos e que acontece meses após a descoberta de fraudes na operação brasileira da Cnova. As empresas já tinham anunciado em maio intenção de combinarem suas operações no Brasil para simplificarem estrutura de governança e relações comerciais entre ambas, além da geração de sinergias.
Segundo a Via Varejo, que opera lojas de móveis e eletrodomésticos pelo país, a combinação com a Cnova no Brasil, focada em comércio eletrônico, vai gerar sinergias recorrentes de R$ 245 milhões por ano a partir de 2017. Além disso, há expectativa de geração de economias de R$ 325 milhões até o final deste ano. “O maior ganho das sinergias é em logística, capital de giro, estoques”, disse o presidente-executivo da Via Varejo, Peter Estermann em entrevista. “Com a integração dos centros de distribuição, conseguimos otimizar a malha logística. Hoje tem caminhão da Cnova distribuindo produto na mesma região que a Via Varejo entrega”, acrescentou o executivo.
A intenção da companhia é concluir a operação de integração da Cnova Brasil no quarto trimestre. Atualmente, a Via Varejo tem 27 centros de distribuição de produtos no Brasil e a Cnova, outros quatro. Após o negócio, “passaremos a operar com 27 a 28 centros”, disse Estermann, acrescentando que a integração vai permitir que a Cnova no Brasil opere com os mesmos prazos de entrega de mercadoria aos clientes que a Via Varejo. Com a união, a Via Varejo afirma que vai se tornar a maior empresa de varejo em multicanais do Brasil, operando lojas físicas e online, com faturamento entre R$ 26 bilhões a R$ 28 bilhões por ano.
A integração das duas empresas marca uma reversão na estratégia dos grupos GPA e Casino, que vislumbraram alguns anos atrás o crescimento do comércio eletrônico como motivo para separar estas atividades, formando uma empresa de varejo online com operações no Brasil, França e na Ásia. “O Brasil mudou radicalmente (…) Ficou muito claro para nós que, além do momento do país, em que não podemos deixar na mesa nenhum ganho de sinergia, a combinação é algo que faz todo o sentido e que vai deixar a companhia (Via Varejo) numa situação muito melhor”, afirmou o presidente-executivo do GPA, Ronaldo Iabrudi.
O executivo afirmou que a assembleia de acionistas da Via Varejo para aprovar a união com as operações da Cnova no Brasil deve ocorrer nesta quarta-feira (10) e que o GPA vai se abster de votar. Os maiores acionistas minoritários da Via Varejo são membros da família Klein, fundadora da Casas Bahia, com 17,9% de participação nas ações com direito a voto. Iabrudi disse que, com o negócio, o GPA manterá pelo menos um membro no Conselho de Administração na europeia CDiscount, que originou a Cnova após a fusão com antiga Nova Pontocom, que reunia as operações de comércio eletrônico do grupo brasileiro. “Achamos que vamos ter aprovação dos minoritários”, disse labrudi.
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