Como será o consumidor em 2020?
A WGSN, especialista em análises e previsões de tendências, acaba de lançar estudo relacionado ao perfil do consumidor para o começo da década de 2020. A empresa apresentou um mapeamento que destaca três fatores globais que mudarão a perspectiva de consumo e as prioridades do consumidor daqui a dois anos, relacionados as novas maiorias, força 5G e capitalismo comunitário.
De acordo com a análise da instituição, a entrada em 2020 será marcada por diferentes nuances e grandes mudanças. Entre elas, o auge das novas maiorias, sejam elas étnicas, raciais ou religiosas. O poder do voto será um fator importante para essa nova maioria, que, em breve, passará a ser predominante. Confira a seguir os principais insights:
Novas maiorias
Citando a autora do livro "Generation M", Shelina Janmohamed, a WGSN destaca que a geração M (millennials muçulmanos) impulsionará transformações culturais relacionadas à economia em nível global. Neste sentido, segundo o relatório "2016 State of the Global Islamic Economy Report", muçulmanos devem gastar cerca de US$ 327 bilhões em artigos de vestuário até 2019. O montante representa mais do que os mercados do Reino Unido (US$ 107 bilhões), da Alemanha (US$ 99 bilhões) e da Índia (US$ 96 bilhões) somados.
De acordo com diversos estudos, até 2050 esse grupo irá representar um quarto da população mundial, o que significa quase três bilhões de indivíduos e um enorme poder de compra, sendo inviável para as marcas ignorarem essa realidade, que não está distante.
Segundo dados Globo News, em apenas dez anos no Brasil, o número de muçulmanos dobrou e chegou a 1,5 milhão em 2016. Vale destacar que algumas marcas já estão atentas a esse novo cenário e já começaram a comercializar produtos focados neste público.
5G: potemcial para o m-commerce
Na área tecnológica, o 5G chegará com potencial máximo, uma vez que impulsionará a economia representada pelo m-commerce, que são relacionadas as transações realizadas através de dispositivos móveis. O volume comercial que será feito por esse tipo de dispositivo irá alcançar cifras vultuosas. Segundo o estudo "2017 UPS Pulse of the Online Shopper" é estimada uma movimentação de mais de US$ 250 bilhões, o que pode fazer com que essa tecnologia gere um crescimento de US$ 3 trilhões da economia global entre 2020 e 2035, uma vez que a previsão é que haja mais de 20,4 bilhões de dispositivos conectados até 2020, conforme aponta a consultoria Gartner.
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Neste movimento, muitas marcas querem entender os impactos dessa nova tecnologia para os negócios. O principal ponto é que o 5G traz velocidade para a adoção das experiências em realidade aumentada e virtual, além de impactar na forma de engajamento do consumidor. Ou seja, consequentemente, na forma como as empresas se relacionam com seus públicos. Para as marcas que forem investir em aplicativos, a experiência será primordial, e encontrar um propósito que vá além das compras será uma necessidade.
Economia compartilhada
Ainda segundo o estudo, a economia de compartilhamento já é uma realidade. É uma nova forma de capitalismo: o comunitário, um novo modelo econômico que terá efeitos a longo prazo nas regulamentações governamentais, no planejamento cívico e no futuro do trabalho e do desenvolvimento regional. Considerada uma força poderosa, à medida que cada vez mais consumidores usarão o ativismo para garantir que o dinheiro seja investido localmente.
Com uma estimativa de crescimento global de US$ 335 bilhões até 2025, o capitalismo comunitário reforça que esse modelo econômico tem tudo para causar ainda mais impacto em grandes corporações. Neste sentido, em alguns locais do mundo, onde as economias ainda são instáveis, ele chega como um modo de fonte de renda segura.
Na América Latina está em plena expansão. Exemplo disso é o Airbnb, que abriu um escritório no Brasil depois de registrar um crescimento anual de 200% desde 2015, e a Uber, que se transformou em uma gigante no segmento de transporte e emprega na Cidade do México mais de 10 mil motoristas pertencentes à geração do milênio.
Contudo, ainda que haja um lado positivo neste novo modelo de negócios, há também contrapartidas, como salários flutuantes para trabalhadores capacitados, falta de ética por parte dos executivos das empresas e a dificuldade delas em manter os trabalhadores empregados a longo prazo.
E, apesar dos líderes de diversos locais no mundo estarem abertos a lidar com neste novo formato econômico, em contraponto, algumas cidades e países estão banindo as empresas relacionadas a esse modelo. Porém, o principal ponto desta transformação é que as empresas precisam compreender como trabalhar neste cenário, seja com horários flexíveis ou com a possibilidade de trabalhar remotamente, por exemplo, mas também como analisar as oportunidades que surgem com isso.
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